Já falamos sobre a falta de controle. Hoje mesmo. Então agora chegou a vez de falarmos sobre as partidas.
De lugares, de casas, de pessoas. Partir é um ato revolucionário. Ele te transforma. Seja pelo o que vem pela frente, seja por tudo aquilo que decidimos deixar para trás.
Partir ou deixar partir é generosidade em forma de movimento.
Silenciosamente, ou nem tanto, liberamos a nós mesmos ou ao outro para que deixe no passado aquilo que nos moveu por tanto tempo. Às vezes por tempo demais.
Libertamo-nos para transformar o presente em lembrança. Doce, de preferência. Nem sempre possível.
É como se parassem de puxar nosso casaco para trás enquanto forçamos nossa caminhada para frente. Partir é o cessar do contrapeso. É o seguir, enfim.
Nos despedimos das manchas nas paredes conhecidas, da torneira que só a gente sabe fechar, da gaveta que só abre se empurrarmos para cima antes de puxar ou do abraço que só você sabe dar.
Deixamos a segurança do conhecido rumo ao inevitável.
Das poucas certezas que teremos vida a fora, saber das despedidas é necessário. Para frente é que se anda, diz aquela tia desavisada.
Sábia tia. Vamos em frente.
Texto: @pai_mala