Para o pai de primeira viagem

Na medida do possível, busco não me repetir nas entrevistas bissextas das quais participo. Nem sempre consigo.

Uma pergunta é corriqueira: “qual dica daria a um pai de primeira viagem?”. É justamente nesta que me permito ser repetitivo. E tá tudo bem porque gosto muito da possibilidade de ajudar um homem suando frio sem saber por onde começar. Por isso, decidi repetí-la aqui.

Se atire. Essa é a primeira dica que me ocorre. Se entregue. De coração aberto. Participe de cada momento. De todos eles. Não arranje desculpa para faltar a uma ecografia, a uma consulta na pediatra ou para deixar de limpar o vômito no chão da sala.

Apoie sua companheira. Sempre. É ela quem está passando por um tsunami hormonal. Acolha seu choro e sua euforia. Você será o prumo.

Não seja besta, você também vai perder o prumo. Mas é sobre deixar o protagonismo para ela. Mesmo assim, lembre sempre de acolher suas inseguranças também. Sejam parceiros e se apoiem. Se abracem. Isso sempre faz bem.

Escute sua intuição. Sim, homens também tem essas coisas. É assim, e escutando seu filho, que vocês vão se entender numa língua só de vocês pelo resto da vida.

Por fim, entenda e aceite: você vai errar. Muito mesmo. Porque a verdade é que por mais livros que leia, por mais vídeos que assista, por mais revistas que folheie, nada o prepara verdadeiramente para o encontro único com o SEU filho. Você e a mãe dele serão os primeiros seres a explorarem esse pitoco de gente. E nenhum bebê é igual ao outro.

Mas não é sobre errar (que aliás, está liberado, sem culpa, ok?); é sobre querer fazer melhor no dia seguinte.

A ideia é basicamente saber que vai dar tudo certo. Sustos farão parte. Lágrimas também. Cansaço e birras (suas) não faltarão. Mas se houver entrega e afeto, a margem de erro reduz demais da conta!

E assim, agradeço o convite para participar do programa, me coloco à disposição e mando um abraço a todos.

Beto Bigatti
@pai_mala

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