Demorou. Podia ter acontecido muito antes, mas você sabe, às vezes não estamos prontos. E eu não estava. Mas quero acreditar que aconteceu na hora certa, como tudo na minha vida.
Já tinha tido experiências parecidas, mas não dava para chamar de primeira vez. Faltava aquele detalhe que legitima uma estreia.
Enfim, quando finalmente aconteceu, tive duas reações imediatas: uma, natural, de orgulho. Sabia que esse dia chegaria, queria tanto. E ele chegou. A segunda reação foi de surpresa. Então é assim? A partir de agora será isso todos os dias?
Nas horas seguintes, me peguei várias vezes pensando no assunto. Porque é um marco na vida de um homem.
Um pai passa necessariamente por várias primeiras vezes. Esta foi muito especial e reuniu muita coisa ao mesmo tempo. Numa única viagem, descobri que o Gianluca já tem um inglês melhor do que o meu, me deu dicas (boas!) para aplicar em NFT (dá um Google), e até fez piadas ótimas sobre algumas das minhas manias preferidas.
Percebe: num dia a gente está brincando de massinha, no outro dando bronca pelas tarefas da escola e, do nada, estamos trocando ideias sobre a vida, o futuro e o presente. Com consistência e propriedade. Ok, com algumas “bolas fora”, o que é ótimo, afinal ainda sou necessário nessa equação!
A gente aprende desde sempre com os filhos, mas esta foi a primeira vez em que fui levado pela mão para um mundo em que meu filho já é um homem e tem mais a me ensinar do que jamais imaginei.
Quando chegar a sua vez, aproveite tudo o que der, porque dramático que sou, já vou começar a ler sobre a síndrome do ninho vazio.
Beto Bigatti
@pai_mala