Será que já devo ser pai?

Hoje é meu aniversário. Obrigado! Já recebi um belo café da manhã na cama, um banquete de afeto e carinho. Já me cantaram parabéns e me encheram de beijos. Ok, poderiam ter sido mais beijinhos.

Acabou.

Agora já estou do outro lado da cidade para realizar o desejo do meu filho. Trouxe ele para um programa dele: pintar o cabelo.

Percebeu?

O dia era “meu”. Mas já estou em função dele. À tarde, mais programação para os filhos e à noite, aí sim, as atenções voltam para mim, jantar no meu restaurante preferido. Na filial com espaço kids para o caçula se divertir.

Caiu a ficha?

Não, não me anulei em função dos filhos. Pelo menos não totalmente, mas ser pai basicamente é inverter as prioridades. Se antes o dia 17/2 era absolutamente meu, agora parece que o jogo virou.

Ser pai é mais do que inverter as prioridades. É inverter as prioridades e gostar disso.

Eu acredito, com todas minhas forças, que algumas pessoas não deveriam ser pais (ou mães) mas acabam sucumbindo às pressões sociais ou à falta de noção e autoconhecimento e, eis aqui seu pacotinho, parabéns agora você é pai.

Deveríamos deixar essas pessoas em paz e não ficar cobrando uma prole de quem mal sabe cuidar de si, ou, pior, só sabe pensar em si.

Mas voltemos ao papo da inversão.

Meu argumento é o seguinte: se você não acha razoável essa priorização da família e dos filhos à sua individualidade, talvez não seja a hora de ser pai. Guenta mais um pouquinho.

Quando esse texto parecer chato de tão óbvio, aí sim, tá na tua hora!

 

 

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