O pai perfeito

Preciso ser honesto com vocês. Tenho tanto orgulho de ser um pai perfeito. É difícil admitir, mas a cada dia tenho mais certeza de que não erro.

Meus filhos são a prova disso: sempre de bem comigo, agradecendo diversas vezes no dia a sorte de me terem como pai.

Mesmo em quarentena, nunca perco a paciência, jamais me cansei das aulas online, e consegui manter meus filhos longe dos eletrônicos mais até do que antes da pandemia.

Preciso admitir que sou um pai perfeito porque minha esposa é só elogios para mim. Esses dias até comentou: poxa, nem toalha na cama você deixa. Fazer o que né. Casou bem ela.

Poderia até reconhecer alguma falha em mim, sei lá, por exemplo, não ter tempo para brincar por longas horas com os guris, mas até isso rola sempre, até mesmo em tempos de teletrabalho.

Peço que me entendam, acho importante um desabafo como este para que vocês, país e mães em formação, tenham um parâmetro a seguir. A perfeição não é inatingível. Claro que não, olhem para mim!

Já falei para vocês que, graças ao isolamento social, passamos o dia em harmonia no espaço em que dividimos homeoffice e homescholling? Tão lindo. Um dia desses, nossos filhos decidiram ir para seus quartos para arrumarem suas camas e organizarem seus armários deixando que trabalhássemos em silêncio.

Aliás, já falei que além de ser um pai perfeito, tenho filhos e esposa perfeitos?

Precisava dividir com vocês esta felicidade. Ah, caro leitor, não se cobre tanto. Eu sei, para nós é algo natural, a perfeição. Assuntos como birra e problemas emocionais são conceitos que conhecemos apenas dos livros. Relaxa, com esforço, um dia você chega lá.

Por enquanto, agradeço seu carinho e atenção por ter lido meu primeiro texto de ficção.

 

 

 

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