Foto: EBC

Vamos falar sobre política com nossos filhos?

Tenho pensado muito a respeito, e sentido na pele a necessidade de reafirmar minha postura ao falar com meu filho sobre política, Dilma, Lula, Moro e o escambau.

Vamos lá, não sem antes lembrar que esse texto é válido para coxinhas, petralhas, etc.

Que o país está num momento histórico e tenso, todos sabemos.

Que os ânimos quase extrapolaram o limite democrático, ninguém duvida. Que a tolerância está em falta, tenho certeza.

Que só querem escutar os que dizem exatamente o que querem ouvir, já virou lugar comum.

São poucos os que conseguem manter uma discussão aberta, falando e escutando.

É nesse contexto que temos de responder a nosso filhos perguntas como: “A Dilma é ladra mesmo, pai?” “O Lula falou tanto palavrão mesmo?” “Todo mundo rouba mesmo?” “O que é golpe, mesmo?” “Vai ter golpe?”.

Difícil mesmo.

Na minha opinião, é justamente neste momento que não podemos repetir, na nossa casa, os equívocos e extremismos que lemos e escutamos diariamente. Temos um papel didático e, por que não, patriótico de orientar nossos filhos de forma correta e civilizada.

Acha que são todos corruptos e que o PT é o grande câncer do pais? Ok, mas não diga para seu filho que devem todos morrer. Que o Lula é um aleijado analfabeto sem curso superior. Que só nordestino mesmo pra apoiar esse bando. Não vamos repetir isso para uma criança. Não por não ser “politicamente correto”, mas por não ser civilizado e, principalmente, por não ensinar nada de bom para seu filho. Não politizá-lo de forma alguma.

A imprensa é golpista? As elites brancas não suportam ver um presidente pobre no poder? Quer golpe porque tem de pagar 13º da empregada? O Aécio é um cheirador golpista? Ok, mas não vamos abordar dessa forma nossas convicções. De novo, não por não ser “politicamente correto”, mas por não colaborar em nada na formação do cidadãozinho que está ai a confiar cegamente no que você disser para ele.

Não vamos transformar tudo numa questão de ódio, racismo e preconceito. Não para nossos filhos. Sejamos minimamente racionais.

Maniqueísmo não educa, definitivamente.

A mensagem é clara, vamos nos livrar da carga preconceituosa e limitadora e nos informarmos para repassar conhecimento. Vamos aproveitar essa oportunidade histórica para transmitir algo de bom: fale de posições políticas, de impacto econômico, de poder, de responsabilidades e deveres de todo cidadão. Conte sobre o passado e o presente sem tantos julgamentos, deixe seu filho chegar a algumas conclusões. 

Vamos dar exemplos de conduta idônea tirados da nossa vida, da vida das nossas famílias, das nossas atitudes, das atitudes da nossa família. Isso fará a diferença no futuro. Os exemplos positivos da nossa vida, tão próxima deles, vão fazer com que eles entendam o que é certo para um país.

Fale abertamente sobre o cenário, explique o básico e eles poderão formar uma consciência política no futuro. Diferente da minha e da sua talvez, mas faz parte. Não podemos pensar todos iguais. Nem devemos. Desde que procedamos com civilidade e respeito.

Respeito, meu filho, significa conversar longamente sobre o que o outro pensa, mesmo que a gente não concorde. Isso às vezes assusta, porque pode acontecer de repensarmos nossa posição. Mas não tem problema. Assim é a vida adulta. Temos nossas convicções, mas se abertos ao diálogo verdadeiro, milagres podem acontecer.

Mas fundamentalmente, tenha essa conversa cara a cara. Não curta, compartilhe, bloqueie ou denuncie. Use o cara a cara, onde a maioria tende a ser mais respeitosa.

Maniqueísmo não educa, definitivamente. Não percamos a oportunidade de formas cidadãos dignos. Mas esta é apenas a minha opinião.

5 comentários em “Vamos falar sobre política com nossos filhos?

  1. Jamais vou ensinar meus filhos a serem politicamente corretos, os ensino a terem moral, ética e respeito as leis mas se não for possível agir pela lei que lutem pela justiça sempre!! O politicamente correto me enoja, não tem atitude, não se permite lutar pelo certo, não se expõe pq afinal não se permite desagradar nem a gregos e nem a troianos, Não crio meus filhos p serem frouxos

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