Entender que deixamos de ser o centro do nosso universo. Umbigo agora chama “coto” e ele não é teu.
Inverter algumas prioridades porque agora um ser humano indefeso está na tua mão e ele só vai dar certo se receber teus abraços quentinhos.
Também é virar um exímio contador de histórias, fazer vozes variadas, uma para cada personagem, enquanto os olhinhos do teu fã número um brilham tanto que iluminam mais que a lua cheia.
É virar super-herói mesmo tendo todos os defeitos do mundo.
É, principalmente, tentar resolver todos esses defeitos para merecer o título de super-herói.
Ser pai é descobrir um amor indescritível. E, no dia seguinte, amar ainda mais.
É pagar um monte de boletos e valer a pena.
É doer mais em ti do que nele.
É encontrar teu papel na vida. O principal deles. Aquele que vai te aproximar da pureza dos verdadeiros sentimentos. É o que vai encher teus olhos de lágrimas nas apresentações da escola e estufar teu peito de orgulho quando virar “o pai do…”.
É se reconectar com a essência da natureza, escancarada na tua cara através do milagre do nascimento.
É passar a ter medo de morrer. E de fazer falta para alguém. É ser impotente quando mais queremos ser infalíveis.
É ser inteiro diante do sorriso do teu filho.
É admitir tuas falhas e imperfeições. E saber que está tudo bem porque tu estás fazendo teu melhor a cada dia. Se hoje não deu, amanhã vai dar.
É entender e perdoar teu pai. Porque tu entendeu que ele fez o que podia. O que era possível.
Porque ser pai, agora, é escrever a tua história. Do teu jeito, com a tinta do teu coração.
Ser pai, finalmente, é olhar para frente, ver teu filho carregando teu neto no colo e saber que tu te entregou verdadeira e generosamente ao maior papel da tua vida.
Verdade essa parte “É entender e perdoar teu pai. Porque tu entendeu que ele fez o que podia. O que era possível.”
Só passei a entender o meu pai, depois que eu virei pai!
Acontece muitas vezes, né? Que bom 😉 <3