A paz não está em esconderijos secretos ou em cavernas submersas. Não há mapa antigo em pergaminho algum. Não precisa ser Indiana Jones para caçar seu maior tesouro, sua própria paz.
Seria muito mais fácil se pudéssemos seguir um guia e no sinal pintado com X encontrar aquele baú com boa quantidade de moedas de ouro, alguma outra relíquia empoeirada e, finalmente, um volume da antiga Pérsia com os dizeres “Aqui está sua paz. Use sem moderação”. Seria fácil. Mas, óbvio, a vida é marota, portanto não é tão simples.
Porque eu sei que a gente engrena numa ladeira desenfreada, e quando vê perde as rédeas, tropeça nos sonhos e acaba confiando mesmo é nos pesadelos.
E como achamos que só acontece com a gente, afinal “a gente não é todo mundo”, segue o baile. Reclamando muito pouco, rolando cada vez mais rápido. Se machucando cada vez mais forte.
E lá no meio dessa ladeira, sentado no meio-fio, com aquela cara de paisagem, está o nosso Indiana Jones interior e seu medo paralisante de cobras. O pânico de mexer no andar da carruagem sem rumo à beira do precipício.
Até que a gente olha melhor e enxerga quem colocou as cobras no caminho e quem está com o pé no acelerador e a mão longe do freio de mão.
Neste momento, nosso Indiana sorri com certa ternura como dizesse “para com isso, você merece um pouco de paz”.