Se existe algo mais bonito do que assistir a um filho dormindo, por favor, me façam saber.
Acaba se tornando um hábito, esquecido em meio à rotina: durante a noite ou madrugada, aquela conferida no rebento.
Primeiro, inseguros, verificamos a respiração como se estivéssemos numa UTI. Eles em paz e a gente quase sempre em surto. Saímos um pouco mais tranquilos do quartinho do bebê, levando uma pontinha de inveja da girafa do móbile que o observa continuamente tão de pertinho.
Passados alguns invernos, seguem com uma mania. Mesmo no frio polar, teimam em se destapar. E lá vamos nós em nossa ronda noturna cobrí-los de carinho e de cobertas.
Muda a cama, mudam os edredons, mas dificilmente o encanto de admirar teu filho se altera nesse passar dos anos.
Experimento essa paz em dose dupla. Se pensar bem, até mais. Considerando as várias rondas noturnas do inverno gaúcho, congelo até minha espinha ao sair da minha cama, mas derreto minha alma ao vê-los em casa, dormindo, protegidos e serenos.
Há noites em que bancam os sonâmbulos com destino certo: nossa cama. Já me faltam forças para carregá-los de volta para seus quartos e aqui ficam porque digo sempre: onde houver amor, permaneça.
Se há algo mais lindo do que assistir teus filhos embalados num sono sereno, por favor, não me contem.
Texto: @pai_mala