Sinfonia

Estou aqui para te dar certo alento. Mais de uma década de terapia, quatro de vida e mesmo assim, ainda me pego paralisado por atitudes que me roubam de mim.

Se você nunca passou por isso, nem precisa seguir lendo, provavelmente é um ser de outra galáxia que invadiu a internet da terra porque todas as pessoas que conheço deste planeta, em alguma medida, se perdem por alguns minutos ou anos, e outros poucos nunca se acham.

Calma. Existem formas de seguir em frente mirando o retrovisor apenas de vez em quando sem perder o rumo da estrada que te recoloca no teu lugar.

Porque quem guia teu coração é tu. Mesmo fazendo autoescola enquanto dirige, as marchas e o freio de mão estão aí para usares quando for necessário.

Por isso, pelo aprendizado em plena autoestrada, freamos em momentos estranhos e engatamos uma quinta marcha na hora errada. Como absolutamente tudo na vida, só aprendemos vivendo.

Natural então que algumas pessoas precisem fundir o motor para se libertarem da própria toxicidade, chave para nos livrarmos do veneno que nos auto administramos.

Sim, é difícil admitir, mas ninguém aplica na gente doses de coisa qualquer sem que abramos nossas veias para o outro. Para o bem e para o mal.

Quando essa ficha cai, e ela há de cair, faz-se o sol. Abrimos as cortinas que entristeciam nossa luz própria para deixar brotar o brilho que tanto escondemos. De nós mesmos.

O processo é lento, doloroso, mas absolutamente recompensador. Porque quando permitimos a luz do sol, é como quando some o ruído da estação de rádio mal sintonizada e faz-se música.

Viramos sinfonia.

 

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