Os filhos do Carnaval

Acabo de passar da fase do “você é novo” para a fase do “você parece ter menos do que tem!”, que evidentemente só é dita aos velhuscos que deveriam parecer anciões mas têm a sorte de parecer apenas velhuscos.

Pois bem, essa transição etária me permite emitir opinião sobre determinados assuntos, como por exemplo, a sua vida sexual durante o Carnaval.

Dias desses passou pela minha timeline essa imagem intrigante:

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Sim, é simplista reduzir a paternidade e a maternidade ao valor de uma lata de leite e compará-lo ao valor do preservativo, que evitaria a gravidez. Mas essa imagem me fez pensar em todas as pessoas que acabam se relacionando sem proteção durante a folia e acordam na quarta-feira de cinzas com uma fantasia novinha em folha: a de papai e de mamãe.

É o velho e bom “ver a Mangueira entrar” (ai Pai Mala, que horror) e inexplicavelmente engravidar como quem pega um resfriado e acha que a virose vai embora em 7 dias.

Galera, essa virose não passa. Nunca. Abram o olho e devagar com a mangueira.

Eu nasci no Carnaval, sou filho do inverno gaúcho e até onde sei fui planejado, mas só vinguei quando meus pais relaxaram após diversas tentativas frustradas.

E esses filhos do Carnaval inconsequente, o que será deles?

A imagem acima é simplista mas traduz uma realidade: se não é a hora de ser papai ou mamãe, se proteja! Homens e mulheres, vocês tem esse dever porque seus futuros filhos merecem ser concebidos com amor e não em meio a um quase coma alcoólico.

Não, não sou contra o prazer, a aventura e a diversão do Carnaval, mas quero que o bebê de vocês chegue no melhor momento possível, e pelo o que entendi esse rapaz cujo nome a gente nem sabe não é a pessoa da sua vida, certo?

Minha mãe foi rejeitada durante a gravidez. Fruto de uma relação proibida, minha avó não era casada, a gestação foi escondida por meses numa Itália que vivia a Segunda Guerra Mundial. Vergonha pura. Minha mãe sentiu essa rejeição a vida inteira e morreu desejando ser amada por sua mãe. Talvez por isso sempre me pareceu óbvio que eu deveria amar meu filho (muito) desde sempre. Deveria desejá-lo e planejá-lo.

Planejar um filho é um gesto de amor, e se proteger durante uma festa tão erotizada quanto o nosso Carnaval é outro ato de amor com seu filho, no dia em que ele chegar.

Vá a muitos blocos, desfile em todas as avenidas, beije muito, transe o quanto quiser, mas defenda a vida do seu filho. Defenda que ele venha no momento certo.

Garanta que ele seja concebido com amor, afeto e respeito.

Tenho certeza de que fará a diferença.

PS. Antes que você atire a primeira pedra, é evidente que um filho não planejado, mas amado e aceito, será um filho feliz e será uma história linda. Não se faça de bobo, o alerta da imagem é para os incautos que não levam a serio nem mesmo o minuto seguinte da relação.

No mais, bom Carnaval! 

2 comentários em “Os filhos do Carnaval

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